Manifesto contra a Arrogância

Podia encher este texto com muita palha, mas vou tentar não descer o nível do texto com quem não merece palavra. Um dia escrevi um Manifesto contra a Prepotência, tendo como inspiração os afrontamentos tirânicos de um gangue que decidiu voltar a fazer-se ouvir. Desta vez, no entanto, o gangue não se fez ouvir olhos nos olhos, e não escondeu a tirania atrás da fachada da coerência e do bom-discurso.

Não digo que o discurso não tenha sido, uma vez mais, criativo. Foi diferente. O recurso estilístico desta vez empregue não foi a argumentação, mas a ironia. Uma ironia tão bem disfarçada que só 2 horas depois de vociferada foi detectada. Uma ironia tão camuflada, que quando percebida já nos havíamos apercebido que tinha sido não um discurso motivador, não uma inocente ironia, mas uma farpa de arrogância que nos cortou as pernas e condicionou o futuro.

Talvez as pessoas devessem usar mais a cabeça para pensar no bem dos outros, em vez de gastar toda a suposta inteligência a arranjar formas de os tramar. Custa-me a acreditar que a força das palavras cuspidas tenha sido verdadeiramente pensado. Será que quem quis dar um ar da sua graça pensou nos efeitos das suas palavras? Será que reparou que mais de 70 pessoas se regiram pelas suas palavras e acabaram tramados? Qual o verdadeiro custo desta arrogância, ironia e falsidade? Com frustrados lidamos nós todos os dias. Temos pena se os vossos sistemas infalíveis têm, afinal de contas, furos. Temos pena que em vez de pensar em ensinar gastem tempo com futilidades mesquinhas. Temos pena que peçam 10 e exijam 20…

E só temos pena, porque levamos por tabela. Porque pena é coisa que não sinto, nem por momentos, de quem vive para tramar, intrigar e vingar frustrações em quem não merecia ser maltratado. Nem é coisa que sinta por quem come e dorme 20 horas por dia, e finge dar aulas mas se vai embora depois de entregar meia dúzia de artigos. Nem é coisa que sinto por quem deveria era aprender, antes de se dedicar a pseudo-ensinar…