sábado, setembro 25, 2010

Vida de caloiro (Semana I)

Primeira semana de vida enquanto caloiro de Medicina!… A Universidade do Minho, minha primeiríssima opção, recebeu-nos, estreantes, com toda a sua vivacidade potenciada a níveis extremos! Fomos regados com vida académica, mergulhados nas tradições minhotas, e afogados em informação, não só relativa à Universidade e ao seu funcionamento, não só relativa ao funcionamento e dia-a-dia no nosso curso, mas também relativa a uma panóplia de associações académicas, algumas da UM, algumas nacionais, algumas do nosso curso… O meu estado enquanto estreante é de pura estupefacção, com o cansaço e a falta de tempo para o que quer que seja a misturarem-se numa combinação bombástica, que me deixa com a sensação de andar à deriva, incapaz de concluir o meu curso, e sem saber para onde me virar! Ao longo da semana, fui experimentando uma constante transformação em termos emocionais, com cada dia a parecer, no mínimo, uma semana. A ideia desta sequência de textos é, aliás, ter sempre presente a evolução que fiz ao longo deste novo percurso de vida, não meramente académico, e deixá-lo patente a qualquer outra pessoa que esteja a passar pelo mesmo, ou que em breve pelo mesmo passará.

No 1º dia o cansaço cobriu qualquer outro sentimento. Acordei bem cedo, e ao chegar a casa, aterrei. Dormi, e quando dei por mim eram 7:55 e já estava novamente na Escola de Ciências da Saúde. O segundo dia foi um dia bem longo, com Praxe de manhã, pedipaper de tarde, e Arraial à noite. Foi um bom dia, concluído com uma boa noite. A quarta-feira, terceiro dia, foi um dos melhores dias de Praxe até hoje. Foi na tarde de quarta-feira que comecei a sentir verdadeiramente o espírito da tradição académica, em que cada berro saiu das goelas com orgulho, com pujança, e, finalmente, com sentido. Á noite tivemos jantar de curso, e, a seguir, tivemos a praxe mais dura que até hoje presenciamos. Uma excelente encenação com uma caloira infiltrada aterrorizou-nos, caloiros, e transmitiu-nos com veemência a mensagem que era suposto veicular. Nós somos um, e estamos ali uns para os outros. Devo dizer que sinto a cada dia a tal união entre os alunos do 1º ano, tendo eu já emprestados livros meus, tendo já repartido trabalho dentro do meu grupo, entre variadíssimos gestos que já me marcaram. A quinta e a sexta-feira foram dias com trabalho bem mais a sério, e começou um verdadeiro sufoco académico, com as obrigações de caloiro a obrigarem a colocar o estudo na agenda nocturna. A mensagem apresentada no Facebook passou de «Gritar por gosto não cansa» para «A Sufocar!…».

E assim chegamos ao primeiro fim-de-semana da minha vida de caloiro, tão ansiado fim-de-semana (!), em que finalmente consegui dormir as minhas habituais 8 horas de sono, e recompor-me fisicamente e vocalmente =P. Há imenso que estudar, músicas de praxe para decorar, e por isso se avizinha, amanhã, um Domingo difícil. Um bem-haja aos amigos com quem hoje partilhei a noite ;)

2 comentários:

  1. "com cada dia a parecer, no mínimo, uma semana."

    Isto é tão verdade. Cada dia desta semana foi repleto de coisas e acontecimentos. Alguns memoráveis para sempre. Como o meu eng. Avô Cantigas (37 anos) disse: A praxe é fixe e eu sou a prova - grande encenação.

    Da parte física já experimentei e bastante!, chegando sempre a casa esgotadissimo e com roupa a pingar de lama na mochila às costas. A garganta finalmente descansa mas sabe que segunda-feira às 9h já está a lubrificar as cordas vocais de novo.
    Já da outra parte (a mais importante - o estudo) não experimentei muito. Pouco e quase nada com apenas uma aula de apresentação a sério e com um inicio de nada de matéria. Não sei bem o que me espera em termos de carga de trabalho mas vou preparado para tudo em principio. Trabalho, exige-se trabalho. E depois... diversão claro está! Também faz falta.

    E como é bom ser caloiro ;D

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  2. Ás 8h já me ouves a berrar, que os gritos chegam a Sobreposta xD (Ai, trabalho trabalho...)

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