sábado, abril 30, 2011

Baptismo de Curso

Há momentos em que a alma se nos eleva. Em que nos sentimos compreendidos, reconhecidos e recompensados. Em que nos sentimos integrados, prontos para dar mais um passo e avançar veementemente. Em que nos enchemos de orgulho, e nos sentimos aconchegados num mar de gente que não nos deixa afogar. Momentos em família, com uma família muito maior e muito muito mais forte do que alguma vez poderíamos imaginar.

Há momentos também em que nos sentimos não apenas orgulhosos de nós, mas orgulhosos dos outros que são parte de nós. Orgulhosos de quem nos soube orientar durante todo um ano, orgulhosos de quem nos acompanhou, subjugado no prazer da entrega, e empenhado no grande objectivo de todo um ritual. Orgulhosos de quem, rígida e virtuosamente em nós impregnou valores e características que nada fáceis são de impregnar, nem no mais verde dos seres. Quanto mais em jovens de personalidade definida, tipicamente forte e vincada pelas lutas e obstáculos que se nos apresentaram para chegar ao topo do Olimpo. Nove meses volvidos, eximiamente reconhecem nos seus subjugados o puro fruto do seu labor.

Há momentos em que nos vemos como num espelho. Em que nos vemos multiplicados nos outros. Em que olhamos um colega não com crítica, mas com companheirismo. Em que olhamos um superior não com medo, mas com um respeito que o orgulho construiu. Esse dia foi ontem. Foi ontem, e espero que seja cada dia do nosso futuro nesta casa. Que em cada dia sintamos aquela água, sintamos aquele Largo do Paço, sintamos aquelas palavras. Que em cada dia nos sintamos molhados como os outros, mas quentes com os outros. Porque se há algo que nos ensinaram, foi isso. Foi essa União que ao Orgulho e ao Respeito se unem como chavões de uma Praxe que foi mais que Praxe, e nos permitiram triunfar como conjunto, desafio após desafio. Para terminar, e porque há alguém que merece mais que um trono feito com todas as nossas forças e ideias, aqui deixo um especial, assombroso e triunfal Ave Bruno, morituri te salutant.

10 comentários:

  1. Não tenho por hábito comentar, mas decidi abrir uma excepção, não porque ache que é o teu melhor texto pois já vi outros bem bons, mas porque partilho desse mesmo sentimento. E espero que esse companheirismo não desvaneça e que acima de tudo seja verdadeiro. Por isso espero que me dês a honra de te acompanhar nesses dias que aí vêm, e de agora me deixares juntar a essa assombrosa e triunfal saudação.

    Ave Bruno, morituri te salutant.

    Abraço Eduardo,
    Tiago Brás.

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  2. AH! Afinal aquele anterior "Final Post" não foi mesmo o "Final Post"... incumpridor :^)

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  3. Não conseguiria exprimir o que sinto em palavras!
    O que tu escreveste foi exactamente o que sinto e o que queria verbalizar... Ontem foi tudo tão mágico, cada momento era mais inesperado e maravilhoso do que o outro :)

    Obrigada meu Paco, continuaremos sempre unidos *

    <3

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  4. Li o teu texto duas vezes :P Sublinho, obviamente!
    A chegada do cortejo está carregada de um duplo sentimento, a vontade de mostrar o que construímos a toda esta Academia, e acima de tudo o valor que a praxe tem, mas também a saudade.

    É isso, o céu está AMARELO por todas as razões possíveis!

    Orgulhosa :)

    Avé Bruno, morituri te salutant!
    Bem hajam digníssimos doutores!
    Bem hajam melhores caloiros da UM!

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  5. Que ridículo...enfim, o séc. XV está sempre ao virar da porta.

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  6. Suponho que o Anónimo tenha passado por uma má experiência praxística, ou não tenha por ela passado de todo. Se passasse pela nossa experiência teria hoje uma opinião completamente diferente da que tem. Ainda assim, não creio que tenha o direito de chamar ridículo ao que aqui se diz.

    Para concluir, aviso que não volto a aceitar um único comentário anónimo em que não esteja expresso um nome, nem que seja fictício assinem.

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  7. Quando nos presenteaste com este magnífico texto, confesso que não percebi qual o verdadeiro motivo pelo qual o fizeste, embora tenha elogiado a tua forma de escrita que indubitavelmente é arrepiante e capaz de deixar qualquer um sensibilizado. No entanto, depois de o ter lido novamente e com atenção redobrada entendi que o objectivo era partilhares connosco aquilo que sentiste no dia em que foste Baptizado. A meu ver, é complicado descrever aquilo que sentimos nesse dia porque, de tão especial, de tão marcante, de tão emotivo que é, revela-se um pouco difícil exprimir e descrever as emoções sentidas. O dia em que recebemos a água que nos torna oficialmente bestas daquele que é o Melhor Curso da Academia é sem dúvida mágico, e, por isso, impossível de esquecer! A água que não é uma simples e mera água de uma fonte, já que simboliza todo o orgulho que temos em nós próprios, já que dadas as nossas atitudes enquanto caloiros provamos que a merecíamos, o orgulho por aqueles que estiveram connosco e que vivenciaram esta experiência marcante, porque sem dúvida que muito do reflexo que emanamos resulta de quem temos ao nosso lado e, como não poderia deixar de ser orgulho dos nossos Mestres, dos verdadeiros responsáveis pela transmissão dos valores que regem a Praxe, daqueles que nos mostraram que a única forma de conhecer a essência e o fundamento da Praxe é indo! Portanto,
    Avé Bruno, morituri te salutan!
    Obrigada aos DOUTORES!
    Obrigada aos CALOIROS 12/13!
    Gadelhas

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  8. Nunca vi tanta ingenuidade junta e, simultaneamente, tanta lamechice por causa de um ritual MEDIEVAL, em toda sua essência!!!

    Hoje, falta-me o tempo, mas, certamente, aqui voltarei, pois há tanto para dizer e para desmascarar da tão jubilada e "virtuosa" praxe, que este comentário curto não é suficiente para cumprir o objetivo a que me proponho, assim o proprietáro deste blog tenha a coragem de o publicar...

    E claro, assinado, não vá o Eduardo ficar, vamos dizer, "azedo".

    Então, até breve.

    António Matos

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  9. Bom dia António!

    Para ser sincero acho que cada um tira de cada experiência aquilo de melhor consegue, e a verdade é que o que tirei desta minha experiência foi largamente positivo.

    Por outro lado, não defendi aqui todas as praxes, de todos os locais, ou todos praxantes e praxados. Falei da minha experiência pessoal (que já se alongou de praxante a praxado, sendo que a minha experiência pessoal teve um saldo extremamente positivo).

    Tenho pena que seja tão crítico mas espero as suas justificações no seu prometido "comentário mais longo". Mas acredite que a Praxe que eu vivi não tem que ser desmacarada, talvez outro tipo tenha.

    Por fim, não tenho falta de "coragem" para publicar a sua opinião desde que assinada. Como deve imaginar não faz sentido publicar insultos anónimos e injustificados.

    Até breve,
    Eduardo

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