quarta-feira, outubro 19, 2011

Praxe, curva e contracurva

Paizinhos aziados, jornalistas sedentos, e mal-amado Senhor Reitor… Sei que a todos convém ter a Praxe como patinho-feio a quem culpar quando as coisas não correm bem para os vossos lados. Sei bem que os vossos amados e perfeitos filhinhos nunca errariam se não fosse a Praxe; que os vossos artigos não teriam a mesma piada, relevância ou audiência; e que o vosso movimento anti-Praxe não seria tão bem justificado se não houvesse um ou outro bode expiatório para culpar pelos mal deste mundo…

Mas por muito jeito que vos dê a qualquer um de vós, talvez um pouco de reflexão antes de falar evitasse muita asneirada que por aí anda a circular. Primeiro que tudo, qualquer acusação precisa de um acusador. A menos que o ar tenha ganho boca, quer-me parecer que carecem tanto testemunhos como provas de que algo de errado esteja a acontecer por essas Praxes minhotas. Para além do mais, não se pode julgar a Praxe por uma praxe. Que eu saiba, não é porque um reitor da Independente foi corrupto, que se decidiu extinguir as Reitorias de todo este santo país. Assim fosse, e não teríamos já Governos, nem Reitorias, nem Igrejas, nem coisa nenhuma.

A Praxe, com maiúscula bem empregue, tem por objectivo não subjugar, humilhar ou chatear, mas sim integrar e preparar os caloiros para a Vida, académica e subsequente. Ninguém pode sequer pôr em cheque a capacidade integradora da Praxe; pouca coisa une tanto um grupo de pessoas como um inimigo comum ou uma causa comum. Aquilo que mais facilmente poderão tentar negar é que a Praxe prepare alguém para a Vida. Pouca sorte terão no entanto, se discutirem tal assunto com algum ex-caloiro do Minho. Orgulho, União e Respeito são os chavões da Praxe e os chavões de uma vida de sucesso. Ou pensam que são essas cada-vez-mais-insolentes crianças da geração morangos com açúcar, sem Respeito pelos pais permissivos e atarefados, sem União porque sempre tiveram o computador como melhor amigo, e sem Orgulho no que fazem porque nunca foram valorizados, que vão garantir o vosso futuro e do vosso país?…

Pensem bem nisso, e lembrem-se que a melhor maneira de aprender, é errando. Errando, e sendo castigado por isso. A vida não segue uma linha recta de perfeição, e entre curva e contracurva, mais vale errar enquanto crescemos do que quando procuramos estabilidade. Posto isto, deixem os vossos filhos crescer, errar e fortalecer-se. Algum dia sairão do ninho, e nesse dia é bom que saibam voar…

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