Benditos sejam os sindicalistas portugueses! Esses mesmos que acusaram Sócrates de se agarrar ao poder, mas estão no poleiro há 20 e 30 anos. Que acusaram o Orçamento de Estado de baixar a competitividade nacional, mas a seguir marcaram uma greve que a levará a níveis residuais. Esses, esses mesmos que se enchem de discursos moralistas mas que bem lá no fundo sabem que se não agradarem ao burro do Zé-Povinho, perdem o seu emprego estável de desestabilização social.
Benditos os manifestantes radicais! Esses que derrubam grades e se atiram à polícia, mas acham as reacções policiais exageradas. Esses que insultam, que agridem e desrespeitam, mas esperam compaixão. Esses que se dizem pacíficos, de garrafa de vidro em punho.
Benditos sejam! Bendito seja o que dizem, e toda a sua coerência! Reclamem por se segurarem os Bancos, que também reclamarão se eles falirem. Reclamem desses apoios, se preferem chorar quando ficarem sem nada do que lá têm.
Reclamem das subidas de Impostos, que reclamarão muito mais se algum dia não tiverem reforma no bolso, porque algum governo não quis subir Impostos. Reclamem da União Europeia, do BCE e do FMI, que vos estão a manter o país enquanto ele se tenta levantar. Sim, esses mesmos que vos estão a pagar ordenados, reformas e subsídios, porque o Estado não tinha mais onde se financiar.
Reclamem do aumento das horas de trabalho! Vou agora trabalhar mais meia-hora só para garantir a subsistência da minha empresa? Isto é um roubo! Um abuso!
E por fim, façam greve! Baixem a produtividade do vosso país e das vossas empresas, percam um dia de ordenado, e arrisquem-se a debilitar quem vos paga o ordenado. Arrisquem! Quem não arrisca não petisca, e arriscam ficando sem o ordenado, mas petiscarão uma falência, que bem fresquinha e saborosa, lá vai dando emprego aos jornalistas.
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