quinta-feira, setembro 08, 2011

Será que a morte nasce connosco? - As Intermitências da Morte II

Pelas conhecidas e badaladas Leis da Natureza, estamos aparentemente programados a nascer, crescer, reproduzir-nos e morrer. Mas se alguns saltam a reprodução e outros há que não vivem o suficiente para crescer ou mesmo nascer, porque será que temos que assumir que a morte, última parcela do aparente ciclo da vida, nasce connosco? Reflitamos: a morte não é mais que uma falha, definitiva, do nosso organismo imperfeito. Se a falha fatal for constantemente adiada, corrigida, aperfeiçoada, poderá a longa Esperança Média de Vida tornar-se, algum dia e com alguma tecnologia que desconheçamos, em eternidade?

Poucos são os teóricos ou mesmo leigos que acreditam na infinidade dos tempos. Isto é, pela chama ou pelo gelo, todos os sabedores, pelo menos quase todos, acreditam num fim para o Universo. Assim sendo, não havendo eternidade dos tempos, irrealista seria pensar que poderia algum dia existir eternidade na vida. No entanto, se alguém conseguisse prolongar uma vida ad eternum, porque não pensar que a Humanidade, apanhada num exponencial e vertiginoso empilhamento de conhecimento, tecnologia e imaginação, poderá algum dia salvar o Universo de tal congelamento ou assador? Há muitos anos dominamos a gravidade e as forças… Nunca as levamos a níveis minimamente semelhantes aos dos eventos cósmicos, mas porquê deitar por terra tais pensamentos? Porque não imaginar o Homem a vencer o Fim?

Sim, verdade seja dita que estamos por esta altura num mundo de imaginação, muito à frente daquele em que temos os pés assentes. Do futuro do Universo, convenhamos, nem nós nem os teóricos sabem realmente grande coisa. Daí que não tente aqui nada mais senão um bom pensamento, e não uma teoria ou premonição. É certamente agradável, no entanto, pensar que muitos, e quiçá nós também, lutamos pela manutenção da Humanidade por uma razão. Que talvez consigamos mesmo, enquanto povo ou espécie, chegar ao impossível. Ainda que pareça improvável ou anti-natura, é agradável pensar… que a morte não nasce connosco.

1 comentário:

  1. Claro que sim, é o único facto de cuja existência vai acontecer, nem que seja 1 segundo após o nascimento.

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