Um dia, Fernando Pessoa escreveu ‘O Livro do Desassossego’. Nunca li. Para além disso, acabei de descobrir que tal palavra, desassossego, sequer existia… Ia eu preparar-me para quebrar o meu jejum de palavras escritas, sentindo aquele impulso desmedido de partilhar um pensamento antes que o pensamento fuja, quando pensei que a melhor maneira de exprimir aquilo que queria transmitir seria uma palavra que, tanto quanto eu cria ser verdade, não existia. Perante a incerteza que me faria pôr este suposto neologismo num esbelto itálico, inseri tal improvável palavra no todo-poderoso Google, e eis que me surge mesmo em frente da fronha sonolenta uma série de descrições, links e expressões utilizando a pseudo-nova palavra desassossego. O culpado? Claro está, Fernando Pessoa… Ainda para mais o próprio, não uma dessas multiplicações de si mesmo, ou uma personagem inventada. Claro está que texto algum que eu pudesse vir a escrever então, poderia deixar escapar essa tal de coincidência que afinal de contas até me despertou. O título ficou intacto, o texto mudou de figura. Desta vez não perpetuarei o pensamento efémero que me assolou o pensamento, até porque sei que certamente nas próximas férias, e todas as outras que se seguirão, um Dia do Desassossego chegará novamente. Talvez nesse dia direi, o que hoje teria dito. Até lá ;)
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