Há coisas às quais só damos valor, quando delas nos privamos. O que se apresenta num certo momento como simples ou até banal, pode revelar-se essencial quando o seu vazio por nada mais é preenchido.
Pode ser um direito do qual somos privados, uma pessoa de quem nos afastamos, um grupo que perdemos, uma comida ou um objecto que não podemos ter, uma privacidade que nos é aparcada… Pode ser um sem-número de coisas, cuja magnitude nos escapa quando está ao nosso dispor.
Mais do que sentir a ausência, sentimos então o pouco proveito e importância dadas àquilo que agora já não o é. Junta-se assim desilusão (e quem sabe arrependimento), à saudade excruciante que temos dos entes perdidos.
Mais do que um mito português, a saudade é uma ansiedade forte de rever momentos e pessoas, sobretudo momentos com pessoas, e mais do que representada pelo triste Fado, é representada pela crueza do silêncio…
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