sábado, julho 30, 2011

Bagagem psicológica

À medida que os anos correm, acumulamos relações e recordações, numa bagagem que se faz pesada e carece, muitas vezes, de reanimações das melhores memórias. Uma das mais recorrentes consequências de tais reanimações é a nostalgia. Quando pensamos estar num grupo em tudo a nós semelhante, eis que mudamos o panorama e, voltando atrás, nos voltamos identificar com um outro aglomerado de almas. Seres flexíveis como somos, acabamos por ser uma parte de cada grupo em que nos inserimos.

Esta bagagem que vai aumentando e fortalecendo-se, reciclando-se e revolvendo-se na sua estrutura-base imutável, rebenta-nos também o peito com uma saudade que realça que, embora nem toda a gente nos seja necessária, toda a ausência notável nos esburaca. Embora seja de facto bom multiplicar-mo-nos em círculos de amizade, a verdade é que a sua não-conciliação torna-nos seres mais vazios ao termos que optar por uns ou outros. E se não fosse pelo prazer e regozijo incomensurável que traz, o reavivar de memórias deveria ser enjaulado para não nos fermentar em saudades, nostalgias e vazios de quem está carente pelos seus.

Num momento em que se conciliam a saudade individual e a saudade de um grupo heterogéneo mas absolutamente sólido, deixo mais um testemunho do quão difícil é gostar de pessoas, mas deixo também a convicção que vida sem tais relações de amizade pura e simples, nem é vida nem é nada.

Aos que adoro e a quem isto ler, um bem-haja como há já muito tempo não mandava. See you all soon ;)

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