Rehab e Tears Drop On Their Own foram dois dos brutais êxitos que Amy Winehouse lançou para um mercado musical ávido por uma voz diferente e marcante. Depois de um discreto primeiro álbum, Back To Black rebentou com tabelas por todo o Mundo, levando à ribalta a jovem Amy que nele expressava a dor do seu fracassado amor. E tal como a fez subir, também esta dor a fez descer a uma degradante vida de dependência de álcool e drogas, em que refugiou toda a sua frustração e inconformismo. Hoje morta, Amy terá à partida sucumbido perante os seus próprios excessos, que há já muito tempo tinham passado os limites do razoável.
De outros excessos se pintam também hoje as páginas da Imprensa Internacional. Numa versão podre e doentia da palavra extremo, assistimos na televisão, rádio e jornais a um outro lobo solitário soltar a sua fúria não para dentro de si, mas para os que, na paz do seu quotidiano norueguês, se confrontaram com a obra de uma mente corrompida, que teve que tornar-se assassino em série para fazer-se ouvir. Pobre e fechado, Anders Breivik canalizou a sua fé e ideais para uma hediondo duplo-ataque a compatriotas, expressando de forma violenta, maníaca e descontrolada a sua ideologia extremista/nazi. Quando pensamos que o Mundo avança e os novos desafios vêm de fora, eis que nos defrontamos com a insuspeita podridão de dentro…
Solitários ou macabramente extrovertidos, os exageros parecem guiar a um caminho comum de decadência e escuridão. Agarrem-se e mantenham-se perto de vós mesmos, que já suficientes sucumbiram por ter a vida transformada num jogo de excessos.
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