Um prefácio de nada

A união faz a força. Não consta da História qualquer herói não ficcional que sozinho tenha vencido um exército. Não ouvi jamais falar de alguém que sem apoio se tenha imposto no que quer que seja. Nunca vi a força provir da solidão. Revolta talvez, força não.

Conclusão? A união faz a força… Cliché ou não, é uma afirmação incontestável. Daí que tenha servido de base a muitas histórias, muitos contos e muitas lições de boca, que da união pescam o final feliz. Tem surgido como grande aliado do querer é poder como justificativo dos finais felizes. Mas por que é que está sempre do lado bom? Bem vemos, olhando a realidade, que nem sempre os melhores fins recorrem aos melhores meios. Da mesma forma, nem sempre a sede de poder e riqueza se desfazem da ética, do conhecimento e da força da união. A inteligência não existe sem a sua quota-parte de frieza e calculismo; são faces opostas da mesma moeda, que embora possa ser virada para um lado só, não deixará nunca de ter uma outra face oculta. O que acontece então se essa inteligência, essa ética e união estiverem na face negra da moeda? O que define o bom e o mau? Os meios, as qualidades, os defeitos ou os fins?

Sim, o Homem é complicado; é difícil e contraditório… Quanto mais conheço os homens, mais gosto dos cães.