Chega sábado e tenho uma brecha no tempo em que me posso dar ao luxo de enriquecer uma página que estimo; não que devesse, tendo em conta as minhas obrigações académicas que continuam assim por avançar; mas ainda assim, estas últimas duas semanas encheram-me de um orgulho nacional que eu não poderia deixar de expressar nesta minha impressão digital.
Ao contrário da generalidade das pessoas que conheço, gostei do Dia da Defesa Nacional, e saí de lá com a satisfação de ter cortado um pouco mais da minha ignorância, e construído um outro pequeno pedestal de conhecimento, numa área que me era incógnita e desprezável. Fui contrariado, mas saí satisfeito. Não me vou alongar sobre as funções, regras e meios de que dispõem os nossos militares, mas também não me aborreceria se tivesse que o fazer. Há no entanto algo que não posso deixar de referir: o chefe-supremo das Forças-Armadas é nem mais nem menos que o Presidente da República. Só ele pode declarar a Guerra, só ele pode declarar a Paz. Só ele pode mandar recrutar-nos, civis, se assim o entender. E que elemento mais anti-pátria e anti-político poderia eu encontrar, para além da campanha presidencial!?… É triste para um cidadão jovem como eu que a mediocridade tenha assolado a primeira votação em que participarei. Custa-me voltar atrás e tentar encontrar uma campanha mais vazia de ideias e de argumentos que esta que decorre. Candidatos presos a partidos, presos aos seus passados, acusados de corrupção e falta de ética, num emaranhado novelesco que não é digno de Portugal.
A desilusão, no entanto, não veio sozinha. Quem felizmente veio repescar esse meu pedaço patriótico foi o grande José Mourinho, que amado e odiado por tanta tanta gente no mundo, não deixa ninguém indiferente. Valha este Homem, manifestamente um «orgulhoso português» que fez ecoar a língua de Camões em terras suíças da FIFA, génio do futebol e prodígio de inteligência, que há poucos anos trocou a profissão de professor pela de tradutor, evoluindo daí para treinador adjunto, seguido de Treinador Principal, até chegar ao seu actual pedestal de Melhor Treinador do Mundo. Com a sua inteligência molda a sua arrogância para lidar com a imprensa, usa o seu sarcasmo, ironia e bem-falar para espantá-la, e centra em si as atenções, livrando de tal pressão os seus companheiros, jogadores. O seu brilhantismo tem salvo um Real que sem ele e sem Ronaldo, dificilmente vingaria. Dois portugueses que dão nome a este país. Que o põem no mapa e o distinguem das terras espanholas. Vivam estes que nos dão nome. E perdure este orgulho nacional.
E quem fala assim não é gago ;^D
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