Cientificamente falando, a vida é a mais extraordinária coincidência que este Universo conheceu. Surgida do encontro fugaz entre meia-dúzia de moléculas, seres primordiais deram bactérias, bactérias deram bambus e pandas, cães e gatos, leão e gazela, homem e mulher.
A primordial coincidência cruzou-se e multiplicou-se em inúmeros acasos genómicos e genealógicos, sendo nós o resultado de tamanha sucessão de evoluções. Quantas vezes penso, que sorte tive em nascer Homem, que sorte tive em nascer nesta Geração, que sorte tive em nascer onde nasci. Quantas hipóteses haveria de nascer outra pessoa, outro animal, noutro sítio ou noutra data? E qual a probabilidade remota de que não só eu, mas todos os que me rodeiam, tenham nascido também aqui, agora, e assim? Verdade seja dita, a realidade em que nascemos é uma realidade irrepetível, nascida da infinidade de opções e escolhas dos que a nós nos precederam. Ir ou não ir, fazer ou não fazer, um simples passo em frente ou um atraso inoportuno poderiam evitar que 2 pessoas se conhecessem, e que nós cá estivéssemos hoje, a escrever e a ler respectivamente, em frente a um computador que um desses tantos Homens que por aí andam decidiu inventar, programar, construir…
Todos somos produto de uma conjugação única de situações, num mundo ainda mais infimamente particular que nós. Nesta oportunidade única, aparentemente desprovida de significado absoluto que não o naturalmente probabilístico e cru, muitos tentam encontrar o inexistente sentido concepcionalmente definido de uma vida cuja prioridade deve ser por nós próprios criado. Escolhamos ser felizes ou deixar um marco na Humanidade, julgo que, se o tentarmos ambiciosamente sem prejudicar os demais, todos acabaremos satisfeitos com o que conseguimos alcançar. De tal forma que, nesse dia em que contribuiremos para mais um ciclo de reciclagem humana, contribuiremos para a progressão e revigoramento da espécie com um brilho nos olhos e um sorriso nos lábios.
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