Sempre ouvi dizer que mais vale ser polémico do que passar despercebido. Muito me questiono sobre por que quererá alguém evaporar-se sem deixar nada seu neste mundo. Um sentimento, uma obra, uma descoberta, um contributo… uma vida; um filho; um paciente… o que for! Que vontade é essa de não deixar nada? De ter uma vida calma sem excitação, nem memórias, nem nada? Não compreendo.
Não compreendo, mas aceito; por que sei que nem toda a gente é como eu, nem pensa como eu, nem preza o que eu prezo. E por isso respeito. O que eu já nem compreendo, nem aceito, nem me sinto na obrigação de respeitar, é a não-aceitação; o desprezo. Por aquilo que alguém faz, tenta fazer, ou sonha fazer. Por aquilo que alguém é. A discriminação parece uma palavra que passou de moda. Assim como a reciclagem, a alimentação ou o aborto, porque são assuntos com os quais somos bombardeados freneticamente em algum momento da nossa vida, de tal forma que ganhamos alergia às próprias palavras; porque mal são ditas, já esperamos mais do mesmo.
No entanto, a atitude discriminatória não desapareceu das nossas vidas. E não mais se trata de uma questão de cor ou sexo. Alarga-se às atitudes, às opções e aos esforços das pessoas, que são abordadas com desprezo por terem falhas, ou por acreditarem em coisas que certamente terão falhas. O que raio neste mundo não tem falhas? Não tem pontos fracos?… Tudo tem! E tudo pode falhar. E isso é razão para desistir? É razão para nos remetermos a uma vida sem sentido, em que vivemos para sobreviver, e comemos para sobreviver, e trabalhamos para comer? Não me parece. E não me parece também que alguém queira tão pouco quanto isso. Infelizmente, creio que muitos gostam de esperar sentados. O egoísmo e a indiferença são grandes males dos dias de hoje. Mas combinar esse egoísmo ou essa indiferença, com a não-aceitação, já é abusar… E infelizmente, é num país assim, talvez até num mundo assim, que hoje me vejo inserido. Pode-se olhar para a Líbia, para Portugal, para a nossa Cidade, para o nosso Bairro, para a nossa Escola… Podemos ir diminuindo o alcance do radar, que os sintomas das mais graves doenças estão aqui, bem perto de nós. Não estarão em todo o lado certamente, não estarão em toda a casa, nem em todo a escola, nem em toda a gente. Mas estão por aí.
Assim como por aí anda a virtude. Alguém hoje me disse que por cada mau acontecimento, são necessários três bons para esquecermos os piores. Venham eles! (;
http://videos.sapo.pt/BkT6NQLI2agAiMsTyHyS
ResponderEliminarvi isto agora
Estúpidos...
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