Inteligência não combina com Memória. Criatividade também não… Por alguma razão, existem incompatibilidades inúmeras por este mundo fora. As qualidades não fogem à regra, e por isso é que ninguém é perfeito. Não se pode ser bom em tudo, porque há qualidades que simplesmente não encaixam. Quem é excelso a mandar não gosta que o mandem fazer o que quer que seja. A frieza de quem toma decisões e sabe coordenar, não se dá bem com a subjugação de acatar uma ordem. Dificilmente se gosta e se é bom, portanto, a mandar e ser mandado. Com este simples exemplo percebemos a dificuldade de subir na vida… Quem sabe mandar dificilmente mandará, porque não subirá na vida sem acatar ordens. Quem acaba por subir é quem acata as ordens, que é como quem diz… quem não sabe mandar! Será esta uma justificação pela qual somos liderados, em tantas ocasiões, por energúmenos sem qualidades para nos levar a lado algum?
Talvez sim, talvez não: não é essa a reflexão que aqui proponho. O que pretendo mostrar é, isso sim, que não se pode ser bom em tudo, nem se pode querer tudo. Todos queremos para nós e para os nossos, o melhor. Por isso, impingimos em nós, e neles, uma série de qualidades e valores que cremos ser essenciais à sua boa vida futura. O que por vezes não notamos, é os conflitos que estamos a criar. Porquê travar o espírito líder de alguém só para que seja mais humilde? Porquê travar a inteligência de alguém só porque queremos que seja, à força, um bom desportista? Porquê impor a perfeição quando esta demanda só nos irá travar uma e outra vez? Porque não aceitar e apostar nos pontos fortes, e criar novas pessoas, excelentes no seu papel, criando uma sociedade de gente forte e especializada? Nem todos temos que ser príncipes e princesas, nem todos precisamos de ser humildes e subjugados, nem todos precisamos de ir para a Universidade… Não precisamos de tentar ser o que não vamos conseguir. Entenda-se aqui que não apoio, também, a apatia e a desistência barata. Gostaria de ver empreendedorismo, de ver sociedades fortes e inteligentes que soubessem aproveitar o que têm. Talvez as haja; talvez algures… A minha, está longe disso. Enquanto não podemos fazer mais do que sonhar, esperemos pelo que o futuro nos trará.
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